Tempos difíceis para as romaninhas, e não era nem de votos ou qualquer outro direito político que estivesse sendo vetado ao dito sexo frágil. Elas não podiam beber vinho!! VINHO! A elas foi tolhido o direito de se deleitar com o nectar de Baco. Esses romanos, munidos dessa visão talibã de hoje, as proibiram de beber, direito esse somente reservado aos homens.
Naquela Roma, por uma decisão do Senado, proibiu-se as mulheres de beber vinho em público, não poderiam se lambuzar em qualquer evento com seus amiguinhos de túnicas brancas a falar sobre os destinos da terra de Romulo e Remo. Mas convenhamos, regrinha fácil de quebrar essa, nénão? Deixa uma garrafinha de ladinho na bolsa e quando o guardinha nao estivesse olhando, glup! um golinho só pra dar um brilho.
Pois é, os caras conquistaram quase todo o mundo que se tinha notícia e não iam pensar nisso????
Pensaram, amigo... Pensaram.... Eles usavam o bafômetro. Mas como na verdade o bafômetro ainda não tinha sido inventado, a solução era cheirar a boquinha das romanas para garantir que nelas não havia qualquer vestígio de vinho. E assim eles faziam, os homens investigando bem de pertinho o hálito das mulheres, uma espertinha caça às transgressoras se formara e, com a evolução natural das coisas e o espírito latino em alta, para as bocas se tocaram foi rapidinho e dali que nasceu o beijo o primeiro beijo da história... Sim, o vinho foi o responsável pelo nascimento do beijo! Quem diria que além de todas as benesses do nosso campeão, o vinho nos presentearia com mais essa dádiva.
Stefano respirou aliviado, não poderia o vinho ser vilão dessa história, no fim das contas o vinho era o herói. Sem essa lei sobre o vinho, não haveria o beijo; de fato, há males que vem para o bem.
Fim da linha! O trem já estava aportando em Barsac, na regisão de Sauternes. Stefano sai da Gare e toma o rumo do grande Chateau D’Yquem, para desbravar esse Sauternes que é tido como o fantástico do mundo. Um vinho de sobremesa, que se utiliza das uvas Semillon, Sauvignon Blanc e Muscadelle. Essa pequeníssima região congrega uma série de fatores climáticos propícios para o surgimento de um fungo que ataca as uvas, gerando a dita podridão nobre. Esse fungo faz com que a uva perca água, deixando-a com um aspecto de uva passa e com alto teor de açúcar, fundamental para a o produção dos doces Sauternes, o que sem ela não teria condições de atingir esse grau de qualidade.
Mais um sonho realizado, mais um pininho no mapa. Stefano estava mesmo numa terra abençoada, em qualquer outro lugar, um fungo recorrente nos vinhedos iria ser uma desgraça, mas aqui não, aqui é uma benção. De fato, assim como na Roma Antiga, há males que vem para o bem.
4 comentários:
SENSACIONAL MARQUITO!!!
Tu ta cada dia melhor! E esse vinho quem já bebeu sabe deveríam deixar fazer picolé! hehehe
Nota 1000 Parabéns pelo conteúdo e pela forma como ele é colocado lincando de forma genial a tudo
Ducaralho esse texto, Mascarello, ducaralho.
Marcão1
Acho que vamos ter um escritor na familia,e dos bons.
Um beijão
M
Não sabia dessa...já vou usar como motivo, justificativa para vendas e consumo de vinho aqui no varejo ...
saudações, EnoVinícius
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