Quando somos pequenos, não sabemos nada de nada... todo cachorro é mansinho, terra e chocolate granulado são a mesma coisa, os pais sempre foram ótimos alunos e sempre falta mais meia hora pra chegar na praia.
Mas nós crescemos amigos, sim... com 13, 14 anos já somos mais inteligentes e sabidos que qualquer pessoa do mundo. Beber um copo de vinho já é ser um sommelier. Com uns vinte e poucos, a gente começa a notar que de fato, o pouco que sabe ainda não é nem a gorjeta comparado com o que o carinha de cabelos brancos que te carregou no colo conhece.
Mas assim é a vida, uns sabem e outros tem vontade de aprender. E vai se aprendendo com a vida e com o tempo.... O grande mestre Juan Manoel Fangio falando sobre a experiência disse que:
En el principio cuando yo corria, todo lo agarrava fuerte, hasta que me lastimava las manos. Despues, comprendi que com los dedos se manejava mejor. Todo se va haciendo con el tiempo, nadie nascio sabiendo...
Olha, concordo com o amigo Fangio, concordo porque não é só a experiência adquirida, mas sim o caminho percorrido em sua busca. Não é um belo dia que se acorda experiente, sabendo... é um caminho que se percorre. As coisas são adquiridas com o tempo, do kart a Formula-1, do suco de uva ao vinho.
É... com o tempo... se acostumando com os sabores e suas complexidades, é assim que se apresenta o acquired taste. O acquired taste é um conceito que se refere a uma comida ou bebiba que é incomum ser apreciada por alguém que não está acostumada a ela.
Levante a mão quem gostou de sushi desde a primeira vez que o comeu... não vale hot... Quem com menos de 15 anos gosta de café espresso? Quando tu começou a gostar de azeitona? E o vinho tinto, hein?
Vinho tinto não é bem assim também, you gotta “learn to like”.
Eu concordo com isso, estou aprendendo, estou tentando, um passo de cada vez.
A minha escolha da vez não é um mero passo, é sim, um passo doble. Trata-se do Masi Tupungato – Passo Doble – 2006. Um argentino cheio de si, se é que existe algum argentino que não seja.
É uma excelente combinação de Malbec (65%) , Merlot (5%) e Corvina Passificada (30%). Pois é, a Corvina, a essa uvinha italiana é dado o tratamento de uva passa, onde grande parte da água é perdida e concentra bastante açúcar e, quando adicionada ao mosto do malbec e merlot, ocorre uma segunda fermentação, resultando em num vinho fresco e seco, dizem que ideal para acompanhar diversos pratos, especialmente pizzas, dizem eles...
Pois é, pensando sobre isso, acho que ainda estou muito longe, apesar de apreciar bastante, de ter já adquirido ou “aprendido a gostar”, mas isso no fim das contas não é fundamental. Como disse o Fangio, tudo se aprende com o tempo, então, continue treinando que um dia se chega lá.
5 comentários:
Texto primoroso, do começo ao fim. Faço minhas as tuas palavras.
E preciso ressaltar o meu highlight preferido do post: "e sempre falta mais meia hora pra chegar na praia".
Quem diria que Vc deixaria de lado os destilados......Qdo me falaram não acreditei, entrei para conferir.Parabéns, aos poucos vou tentar contribuir com modestas impressões. Bjão
Tio Cezar
Viu,o guri que não gostava de"portuges"tá fazendo sucesso.
um beijão
M
Yeah baby, show de bola! A vergonha ta passando!!! Bjs Beba
Passo Doble, pleased to meat you!
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